segunda-feira, 19 de março de 2007

Morte da menina Alana aumenta as estatísticas da violência

Mais uma infeliz adesão na mobilização contra a violência. A diarista Edna Ezequiel se uniu a milhares de famílias vítimas que lutam contra este mal que tomou conta de todo o país. Edna teve a sua filha Alana Ezequiel, de 12 anos, morta durante confronto entre traficantes e policiais no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, Zona Norte do Rio. A menina voltava para casa depois de ter deixado a irmã mais nova na creche, quando foi surpreendida por uma operação da polícia para combater o tráfico de drogas. Houve troca de tiros e Alana foi baleada na região lombar. A bala atingiu o pulmão e o fígado da estudante, que deu entrada no Hospital do Andaraí, mas não resistiu aos ferimentos.

Ao saber da notícia, a mãe de Alana entrou em desespero, e desde então, acumula olhares tristes, choros contidos e desesperança. Durante a missa de sétimo dia em homenagem a menina, na Igreja da Candelária, no Centro do Rio, ela rompeu o silêncio e clamou por justiça. "Só vou descansar quando souber de onde partiu o tiro que matou minha filha".
Unidos na dor e no protesto, famílias de vítimas da violência estiveram presentes para se solidarizar com Edna, inclusive os pais no menino João Hélio, que completaria sete anos ontem.
O secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, após cumprimentar Edna, afirmou não ser a polícia a única culpada pela degradação da paz. “A polícia deve cumprir o seu papel de reprimir a violência, mas a população precisa questionar se é esse tipo de sociedade que deseja. Um assassino não nasce no momento que comete o crime, mas é formado ao longo dos anos, pela falta de oportunidades e de educação", frisou.

ONG levanta tese que moradores de favelas são as principais vítimas de violência
O presidente da ONG Justiça Global, Marcelo Freixo, acredita que moradores de favelas sofrem mais com a violência. “A explicação para isso está na política de segurança que está colocada no Rio, que é uma política que não prevê segurança para essas comunidades carentes. Pelo contrário, prevê segurança contra os moradores de favelas.", alerta Freixo.
A Organização é defensora dos direitos humanos.
O presidente da ONG Viva Rio Rubem César Fernandes, mostrou indignação ao saber que a morte de Alana engorda as estatísticas da violência carioca. “Ninguém agüenta mais. E não adianta dizer se foi assim ou assado. A pergunta se foi bala do bandido ou da polícia é uma pergunta sem importância alguma. O fato é que ela morreu por um tiro, no meio de um tiroteio”, afirmou.

2 comentários:

Unknown disse...

Muito bem contextualizada a matéria sobre as mortes de policiais. O quadro para relembrar as mortes foi uma sacada muito legal. Porém, acho que as matérias também devem ser focadas nos problemas em comunidades, como por exemplo, a falta de saneamento, água, iluminação pública etc.

geebiano disse...

é..até quando esses números continuarão a subir? Estamos em freqüente estado de indignação e as autoridades não se mobilizam. Onde vamos parar assim?