quarta-feira, 18 de abril de 2007

Mais uma tragédia em família

"Já enterrei uma filha, e agora, um irmão. O que vai ser da minha vida?". Esse foi o desabafo da diarista Edna Ezequiel, que há um mês perdeu a filha Alana, de 12 anos, vítima fatal de uma bala perdida, no Morro dos Macacos. Agora foi a vez do tio da menina ter a vida interrompida por causa da violência no Rio de Janeiro.
Hélio José da Silva Henrique, 25 anos, era office-boy. Ele foi assassinado com três tiros. A polícia suspeita que a morte tenha sido uma vingança. Irmão de Hélio, o segurança José de Assis da Silva, 47 anos, porém, levantou hipótese de participação de policiais no crime. "Os assassinos estavam de máscara. E quem normalmente cobre rosto é polícia", atacou José. Sobre os motivos do crime, o motorista soltou o verbo, sem medo. "Não posso afirmar nada, mas Edna dava muitas entrevistas e o Hélio pressionou por respostas sobre a Alana. Ia avisá-lo para parar, mas não deu tempo", comenta o segurança, afirmando achar estranha a versão de que Hélio tenha sido morto por traficantes do Morro São João, que naquele dia teriam trocado tiros com rivais do Morro dos Macacos.
A polícia ainda não soube informar se a morte de Hélio foi por bala perdida ou execução, nem se o rapaz teria ligação com traficantes. Segundo o comandante do 6º Batalhão, na Tijuca, Roberto Alves de Lima, as primeiras informações seriam de que Hélio não moraria mais no morro e só teria ido à casa dos familiares para comunicar o nascimento de sua filha.
Durante o enterro de Hélio, a diarista Edna trouxe de volta o rosto triste, amargurado e sem esperança. "A gente não tem mais paz. O morro está em guerra", disse ela muito abalada.

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